postado em 20/03/2012 13:36
O mais recente relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado na semana passada, traz novamente estimativas pessimistas sobre o clima no planeta. O documento, intitulado Panorama ambiental da OCDE para 2050: as consequências da inação, revela que caso não haja uma mudança nas políticas ambientais e energéticas mundiais, os combustíveis fósseis fornecerão cerca de 85% da demanda de energia em 2050, implicando em um aumento de 50% nas emissões de gases do efeito estufa.Como consequência, o aumento no consumo de energia afetará as emissões, levando a uma elevação na temperatura global maior do que os dois graus previstos pelos cientistas como sendo um limite para evitar consequências mais catastróficas por conta das mudanças climáticas. Segundo o relatório, a elevação nas temperaturas pode ficar entre os três e os seis graus Celsius até 2100.
Mais preocupante ainda é o fato que a análise da OCDE aponta que, com o aumento das emissões, as mortes prematuras por exposição à poluição devem dobrar para 3,6 milhões por ano. Com um aumento na demanda hídrica de 55% para uma população que deve atingir nove bilhões em 2050, o documento estima que cerca de 40% das pessoas passarão a viver em áreas de estresse hídrico, onde a demanda de água é maior do que a oferta.
O documento sugere que as ações climáticas devem ser iniciadas já no ano que vem, através da implementação de mercados globais de carbono, estímulo à redução das emissões com tecnologias capazes de capturar e armazenar carbono, imposição de taxas às emissões dos países, entre outros. A OCDE prioriza também que sejam feitas parcerias público-privadas para o desenvolvimento de ações climáticas em longo prazo.