Ciência e Saúde

Medo de não ter um celular à disposição cria nova fobia, diz estudo

Agência France-Presse
postado em 09/04/2012 13:12
Paris - Sentir-se muito angustiado com a ideia de perder seu celular ou de ser incapaz de ficar sem ele por mais de um dia é a origem da chamada "nomofobia", contração de "no mobile phobia", doença que afeta principalmente os viciados em redes sociais que não suportam ficar desconectados. Em fevereiro, um estudo realizado com cerca de mil pessoas no Reino Unido, país onde a palavra "nomofobia" surgiu em 2008- revelou que 66% dentre eles se diz "muito angustiado" com a ideia de perder seu celular.

A proporção chega a 76% nos jovens de 18-24 anos, segundo uma pesquisa realizada pela empresa de soluções de segurança SecurEnvoy. Cerca de 40% das pessoas consultadas afirmaram possuir mais de um aparelho. Especialista em novas tecnologias da agência FaDa, Damien Douani, diz que o fenômeno aumentou com a chegada dos smartphones e de planos ilimitados. Há alguns anos, o SMS já era uma forma de nomofobia, explica Douani, que acrescenta que a internet móvel via smartphone hoje representa o SMS 10.000 vezes mais poderoso.

Aproximadamente 22% dos franceses admitem ser "impossível" ficar por mais de um dia sem celular, segundo uma pesquisa realizada em março pela empresa Mingle com 1.500 utilizadores. Esta porcentagem chega a 34% entre os jovens de 15-19 anos. Entre as pessoas consultadas 29% afirmaram que conseguem ficar sem o telefone por mais de 24 horas, "mas dificilmente", contra 49% que acreditam conseguir "sem problema".

Segundo o escritor Phil Marso, autor em 2004 do primeiro livro escrito inteiramente em SMS, o mundo está em uma sociedade robótica onde devem ser feitas muitas funções ao mesmo tempo. De acordo com Marso, uma parte da população acha que, se não estiver conectada na rede pode perder algo importante, e caso isso aconteça, as pessoas podem desenvolver formas de ansiedade ou nervosismo. De acordo com o escritor, as pessoas tem menos paciência atualmente.

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