Ciência e Saúde

Cientistas criam cápsula que pode remover compostos radiotivos de alimentos

postado em 10/04/2012 08:00

Além de consequências mais imediatas, como a morte ou os danos diretos à saúde de pessoas, um acidente nuclear, como o ocorrido na usina japonesa de Fukushima, no ano passado, ou um ataque terrorista com armas químicas trazem o risco da contaminação da água e dos alimentos produzidos em uma região. A presença de materiais radioativos na comida e na bebida, extremamente nocivos quando em altas concentrações, pode ampliar ainda mais os danos de um evento desse tipo. Para evitar situações assim, cientistas da Oklahoma State University, nos Estados Unidos, criaram uma cápsula, como as de remédios, que pode ser colocada dentro de recipientes com água, leite, suco, sopa e outros alimentos para remover substâncias com alto potencial nocivo.

A cápsula, apresentada para a comunidade científica na última edição do congresso da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês), é composta de nanopartículas de diversos metais combinados com oxigênio. Essas unidades extremamente pequenas (1 nanômetro é 1 milhão de vezes menor que 1mm) conseguem absorver os elementos radioativos contidos no recipiente, descontaminando o líquido. Em uma videoconferência da qual o Correio participou, o líder da pesquisa, Allen Apblett, afirmou que o invento não faz mal à saúde nem altera o sabor dos alimentos.


PARA SABER MAIS

Como a radioatividade pode afetar a saúde das pessoas

Há duas formas de as pessoas se exporem à radioatividade. A primeira, chamada de exposição externa, acontece quando um equipamento com fonte radioativa a irradia para o indivíduo, sem que ambos entrem em contato direto. Isso ocorre com pacientes que se submetem a radiografias, mas, nessa situação, eles não são contaminados, pois a dose de radiação é baixa. A outra forma de exposição interna, quando o material danoso entra no organismo por serem ingeridos ou respirados.

A exposição externa a altas doses de radiação pode causar problemas de saúde como a síndrome aguda da radiação, que pode afetar a medula óssea, levar à queda acentuada de glóbulos brancos e plaquetas no sangue e, consequentemente, causar infecções e hemorragias. Pode haver também lesões no estômago e no intestino que levem a pessoa à morte. Outros problemas associados são queimaduras que, dependendo da intensidade do contato com o material radioativo, podem variar de uma simples vermelhidão até a necrose.

A exposição interna, por sua vez, depende de uma série de fatores para levar a doenças. São elas: quantidade de material ingerido ou inspirado, sensibilidade do órgão onde ele se depositou e idade do indivíduo. O risco, após alguns anos, é que a pessoa desenvolva câncer.

Fonte:
Nelson Valverde, membro da Associação Internacional de Radiopatologia e especialista em radiação e saúde

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