Ciência e Saúde

Crise ameaça a preservação do rico patrimônio cultural de Grécia e Itália

Paloma Oliveto
postado em 11/04/2012 08:00
A placa diz ;entrada apenas para pessoal autorizado;. Mas não há barreira de proteção, e quem quiser pode se enfurnar nas ruínas do que, um dia, foi uma taberna frequentada por gladiadores. O mato cresce em volta dos restos de balcões e depósitos de vinho, enquanto alguns funcionários se esforçam para recuperar objetos com mais de 2 mil anos de história ; alguns deles, amontoados no chão, como entulho. Engolida pela erupção do Vesúvio, Pompeia, cidade a 22km de Nápolis, está ameaçada de novo. Dessa vez, não pela fúria do vulcão, mas pela crise econômica que atinge a Europa, colocando em risco um vasto patrimônio cultural.

Como a Itália, a Grécia também está em alerta e sofre para manter de pé o que foi, literalmente, o pilar da civilização ocidental. ;Monumentos não têm voz, eles precisam da sua;, alerta um cartaz da Associação dos Arqueólogos Gregos. ;Se pudessem falar, eles nos contariam o que tem ocorrido na Grécia nos últimos dois anos. Em nome da crise econômica global e com o Fundo Monetário Internacional atuando como o Cavalo de Troia, medidas de austeridade foram minando os serviços públicos. A democracia e a dignidade nacional estão sob ataque;, denuncia um comunicado de imprensa publicado na página da associação. Os 950 arqueólogos, funcionários do Ministério da Cultura Helenística, alertam que estão ;lutando contra a destruição tanto do nosso país quando de nosso patrimônio cultural por causa das políticas instituídas pelo FMI e pela troika;.

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