Paloma Oliveto
postado em 24/04/2012 08:35
Com cores vibrantes e pinceladas firmes, Frida Kahlo pintou a sua dor. Tendo no próprio sofrimento o principal modelo vivo, a artista mexicana criou um acervo autobiográfico, que revela as angústias físicas e psíquicas de uma mulher que parecia destinada ao tormento. Espinha bífida, poliomielite, fraturas provocadas por um acidente gravíssimo e neuropatias foram alguns dos males que afligiram Frida, morta de embolia pulmonar decorrente de uma pneumonia em 1954, uma semana depois de completar 47 anos.A história da pintora sempre impressionou Fernando Antelo, patologista cirúrgico do Centro Médico da Universidade da Califórnia. O olhar do médico é atraído por desenhos anatômicos nas pinturas de Frida, um detalhe que, segundo ele, não costuma ser muito estudado por biógrafos da artista. Apesar de a mexicana ter se matriculado em medicina na Escola Nacional Preparatória da Universidade do México, curso que não chegou a concluir devido ao acidente sofrido, Antelo não vê nas obras o trabalho de um anatomista, mas, sim, de um paciente querendo, desesperadamente, falar sobre suas dores. ;Ela parece querer apontar: ;Veja, é aqui, aqui, aqui e ali que estou sofrendo;;, afirma.