Celina Aquino
postado em 25/04/2012 09:00
Belo Horizonte ; O aumento da longevidade é um dos grandes desafios da medicina, que busca avançar no tratamento de doenças prevalecentes em idosos. Uma delas é a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), a principal causa da perda de visão em pessoas acima de 55 anos em todo o mundo. O problema atinge a mácula, região mais nobre e central da retina, responsável por tarefas como dirigir. A cura definitiva ainda está distante, mas existe a possibilidade do uso de medicamentos ; relativamente caros para a maior parte da população ; que aumentam as chances de controle da doença. A esperança de tornar o tratamento mais acessível pode estar em um remédio que deve entrar neste ano no mercado brasileiro.A cada ano, estima-se que surjam no Brasil 140 mil casos de DMRI. O mais preocupante é o fato de a doença ser silenciosa. O paciente não sente dor nem observa o olho vermelho. De um dia para o outro, ele começa a enxergar tortas as linhas retas, como um poste que passa a ter barriga ou a margem do caderno que parece se mexer. A distorção das imagens, chamada de metamorfopsia, é a principal queixa do idoso e pode estar associada a uma mancha no meio da visão. ;Como a doença tem curso variável, alguns pacientes já começam com uma grande hemorragia no fundo do olho e passam a enxergar um borrão. A sensação é a mesma de encostar os dedos nos cílios: para onde olha, a pessoa sempre tem essa mancha na frente;, explica o oftalmologista Rogério Costa, professor de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto e diretor do Centro Brasileiro de Ciências Visuais em Belo Horizonte.