Ciência e Saúde

Estudo acha indícios de maior resistência a tratamento contra malária

Agência France-Presse
postado em 27/04/2012 15:17
Londres - O parasita da malária mais letal da África mostrou resistência em testes de laboratório a um dos medicamentos mais poderosos do mercado, uma advertência para a possível resistência que alguns pacientes podem apresentar, informaram cientistas nesta sexta-feira (27/4).

Uma equipe de cientistas em Londres encontrou resistência ao ;artemeter; em análises de sangue em tubo de ensaio com 11 de 29 pacientes que ficaram doentes após terem viajado para alguns países, principalmente os subsaarianos, o que qualificou de um resultado "estatisticamente significativo".

O ;artemeter; é uma das drogas mais eficazes do grupo das artemisininas, geralmente utilizada em combinações para tratar a malária.

"Uma resistência em um tubo de ensaio geralmente leva a uma resistência em alguma etapa mais avançada em pacientes", informou Sanjeev Krishna, a principal autora do estudo, publicado no BioMed Central publishers; Malaria Journal.

"A questão é saber quanto tempo depois", acrescentou, destacando que o estudo não examinou a resposta dos pacientes ao medicamento.

Um comunicado destacou que a resistência é provocada por mutações genéticas em um parasita transmitido por mosquitos infectados e significa que "as melhores armas contra a malária poderiam se tornar obsoletas".

Testes de laboratório no parasita ;Plasmodium falciparum;, responsável por 90% das mortes, mostraram uma redução próxima à metade da eficácia do ;artemeter; nas amostras infectadas.

"O estudo confirma nossos temores de como o parasita está mudando para desenvolver resistência", acrescentou Krishna, destacando que isto poderia se tornar um "problema devastador" na África.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 655.000 pessoas morreram de malária em 2010. Estima-se que cerca de 90% das mortes tenham ocorrido na África Subsaariana.

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