Agência France-Presse
postado em 27/04/2012 15:17
Paris - A Agência Espacial Europeia anunciou ter firmado um contrato de US$ 400 milhões com uma empresa britânica de tecnologia para construir um satélite com vistas a examinar o Sol de uma proximidade nunca conseguida antes.O Orbitador Solar, a ser construído pela Astrium UK, tem previsão de lançamento para janeiro de 2017 e se aproximará a 45 milhões de quilômetros do Sol, mais perto do que Mercúrio, seu planeta mais próximo.
O cientista encarregado do projeto, Daniel Mueller, afirmou que o satélite, medindo cerca de oito metros cúbicos, terá que resistir dez vezes o calor do sol em comparação com o que chega à Terra.
"O satélite terá que ser equipado com um escudo maciço de calor que deverá ser capaz de suportar cerca de 500 graus centígrados no lado voltado para o sol e deverá ter temperatura controlada na parte de trás para proteger seus sensíveis equipamentos eletrônicos", afirmou.
O escudo deverá ter cerca de 30 centímetros de espessura e poderá ser composto de titânio envolvido em uma chapa isolante ou composto de fibra de carbono.
A nave espacial examinará o vento solar, um fenômeno que afeta as comunicações por satélite.
Também estudará os polos da estrela para compreender como o sol gera seu campo magnético.
O contrato com a Astrium, subsidiária da gigante de defesa EADS, é um dos maiores já feitos entre a ESA e uma empresa britânica, ressaltou um comunicado.
Algumas companhias europeias fornecerão componentes, enquanto Estados Unidos e membros da ESA financiarão alguns equipamentos científicos.
"O Orbitador Solar é uma missão fantástica", disse Alvaro Gimenez Canete, diretor de ciência e exploração robótica da ESA.
"Ele nos ajudará a compreender como o Sol, essencial para quase toda vida na Terra, forma a helioesfera (;bolha; magnética que cerca nosso sistema solar) e dá origem ao clima espacial, que pode ter enorme influência na nossa civilização moderna", acrescentou.