Paloma Oliveto
postado em 01/06/2012 08:52
Acidentes automobilísticos, quedas bruscas, agressões e lesões esportivas são as principais causas de danos na medula espinhal, um longo conjunto de neurônios que começa no tronco cerebral e se estende por quase toda a coluna. Metade das pessoas que passam por esses problemas acabarão em uma cadeira de rodas. Quando o nervo é atingido gravemente, a medula fica adormecida, incapaz de obedecer aos comandos enviados pelo cérebro. Um estudo publicado na edição de hoje da revista Science, contudo, descreve como pesquisadores suíços conseguiram reverter o quadro, fazendo com que ratos paraplégicos recuperassem a capacidade de andar.Grégoire Courtine, cientista da Universidade de Zurique e da Fundação Paraplégica Internacional, conta que o cérebro tem uma habilidade extraordinária de se reorganizar, característica chamada de plasticidade. Naturalmente ou sob estímulo, uma região do órgão que, em princípio, não está relacionada à região lesionada, pode se remodelar e substituir aquelas que ficaram inativas. No caso de danos graves na medula espinhal, porém, isso não ocorre de maneira suficiente para recuperar os movimentos. Há 10 anos, a equipe de Courtine aceitou o desafio de reverter esse quadro de prognósticos ruins.