postado em 04/06/2012 08:29
Belo Horizonte ; O trabalho escravo está profundamente ligado à pobreza extrema e ao isolamento geográfico. Essa é a principal conclusão de um amplo estudo que produziu uma radiografia da exploração de trabalhadores no país, realizado por geógrafos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP).O trabalho caracteriza pela primeira vez a distribuição, os fluxos e as modalidades do trabalho escravo no país. ;Mapeamos e localizamos as regiões onde estão os escravos e de que locais eles saem;, diz o professor de geografia da Unesp Eduardo Paulon Girardi, um dos pesquisadores envolvidos, ao lado de Hervé Théry, Neli Aparecida de Mello e Julio Hato, da USP.
[SAIBAMAIS]
A publicação, intitulada Atlas do Trabalho Escravo no Brasil, foi idealizada e lançada pela organização Amigas da Terra ; Amazônia Brasileira e disponibilizada na internet, com 81 páginas. Segundo o professor Girardi, o levantamento permite traçar o perfil típico das pessoas que trabalham em condições análogas à escravidão no país: migrante ; principalmente do Maranhão, do norte do Tocantins e do oeste do Piauí ; do sexo masculino e analfabeto funcional. O destino mais comum desses indivíduos são o Mato Grosso e o leste do Pará.