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Ciência e Saúde

Passagem de Vênus diante do Sol atrai astrônomos de todo o mundo

Washington - Astrônomos do mundo inteiro se preparam para observar, entre esta terça e quarta-feira, um fenômeno excepcional que só voltará a ocorrer em 105 anos.

O trânsito de Vênus entre a Terra e o Sol, de quase sete horas de duração, será visto como um ponto preto na superfície solar, mas os especialistas advertem que só deve ser observado com mecanismos que bloqueiem a luz solar aprovados para evitar risco de cegueira.

O início do fenômeno será visível na América do Norte (em todos os Estados Unidos, no centro e no leste do Canadá), em toda a América Central e no Caribe e no norte da América do Sul (na parte central e norte do Peru, em Equador, Colônia e na Venezuela, em quase todo o território), na tarde de 5 de junho, desde que o tempo fique aberto. O final do fenômeno não será visto nestas regiões por causa do pôr-do-sol.

Toda a passagem de Vênus diante do Sol poderá ser vista no leste da Ásia e na região do Pacífico Ocidental. Em Europa, Oriente Médio e sul da Ásia serão visíveis as etapas finais da passagem, à medida que for amanhecendo na região, na quarta-feira.

A sonda Venus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), é a única nave na órbita de Vênus atualmente e usará a luz do Sol para estudar a atmosfera desse planeta. A ESA e a agência espacial do Japão também têm satélites na órbita terrestre para observar a passagem de Vênus diante do Sol.

E o telescópio espacial Hubble, da Nasa, que não pode observar o Sol diretamente, usará a Lua como um espelho para captar a luz solar refletida e aprender mais sobre a atmosfera de Vênus. Muitas universidades e centros de estudos, como a Universidade Autônoma do México e o Museu Aeroespacial em Washington, programaram observações e conferências de astronomia para o público.

Para aqueles que quiserem ver o fenômeno em seus ;smartphones;, há um aplicativo disponível para acompanhamento da passagem em http://tov2012.esri.com, segundo a associação internacional Astrônomos sem Fronteiras.

Os cientistas asseguram que estudar o trânsito incentivará esforços futuros para identificar planetas distantes e aprender mais sobre suas atmosferas. Só seis passagens de Vênus diante do Sol foram registrados dos 53 ocorridos entre 2000 a.C. e 2004 d.C, quando ocorreu o último.

A próxima passagem de Vênus entre o Sol e a Terra ocorrerá em 2117, dentro de 105 anos. Esses trânsitos acontecem duas vezes a cada oito anos e, depois, não são registrados por mais de um século. O último trânsito de Vênus entre o sol e a Terra aconteceu em 2004 e nenhum fenômeno foi verificado em todo o século XX.