Bruna Sensêve
postado em 21/06/2012 07:58
As variações genéticas uma vez identificadas como as responsáveis pela inclinação de um indivíduo à dependência de nicotina também podem ser as indicadoras da eficiência do uso de medicamentos contra o tabagismo. Uma pesquisa liderada por cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis (EUA) concluiu que os mesmos genes que dificultam a cessação do fumo aumentam a probabilidade de as pessoas que fumam muito responderam à terapia de reposição de nicotina e a drogas que tentam impedir as recaídas. O objetivo é que, no futuro, seja possível prever quais pacientes são mais suscetíveis a se beneficiar de tratamentos medicamentosos para combater o vício.
Durante o estudo, foram analisados os dados de mais de 5 mil fumantes da comunidade e outros mil em tratamento clínico. Os pesquisadores focaram na relação entre a capacidade bem-sucedida de deixar de fumar e as variações genéticas associadas ao risco do fumo elevado e da dependência em nicotina. Segundo a pesquisa, os indivíduos que tinham os marcadores genéticos de alto risco, além de serem menos propensos a deixar o cigarro sem medicação, fumaram por uma média de dois anos a mais que aqueles sem essa composição genética. Entre os que estavam sob tratamento clínico, os fumantes com as variantes de alto risco se mostraram três vezes mais prováveis a responder à terapia medicamentosa, como o chiclete e os adesivos de nicotina.