Ciência e Saúde

Butantan desenvolve anti-inflamatório capaz de aliviar dores crônicas

postado em 02/07/2012 11:03

Um potente anti-inflamatório capaz de aliviar dores de difícil controle está sendo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Butantan. Os primeiros testes em animais comprovaram a eficácia do medicamento, que usa uma proteína presente no sangue. De acordo Renata Giorgi, pesquisadora do Laboratório de Fisiopatologia do instituto, essa descoberta é um avanço em relação às drogas disponíveis no mercado, pois, além de ser mais potente, pode ser administrada por via oral.

;Descobrimos que algumas células dos glóbulos brancos contêm uma proteína capaz de inibir dor proveniente de processo inflamatório. Com a síntese de um pedacinho dessa proteína, a gente conseguiu que houvesse viabilidade de administração;, disse a pesquisadora à Agência Brasil. Segundo Giorgi, o tratamento de dores crônicas, de lesão de nervos, é difícil, pois algumas drogas, como morfina, perdem a efetividade com o tempo.

Ela destacou que o estudo é inovador ao sintetizar uma proteína, chamada ligante de cálcio S100A9, produzida pelo próprio organismo. ;Isso demonstra que, em determinadas condições, o próprio organismo tem capacidade de controlar a dor;, disse. Para fabricação do medicamento, os cientistas identificaram que apenas um pequeno pedaço da proteína é suficiente, o que viabiliza os custos de produção. ;Em termos de proporção de dose, essa droga é mais potente;, declarou Giorgi.

;Esses, no entanto, são apenas os experimentos básicos;, reforçou. A pesquisa parte agora para os testes de toxicidade. ;Antes de qualquer coisa, tem que se realizado o estudo toxicológico. Estamos numa fase de programar o início desses estudos. Hoje em dia, leva algo em torno de 20 anos pra se comprovar a eficácia de uma droga e conseguir colocá-la no mercado como medicamento;, destacou Giorgi. Os estudos, que iniciaram há dez anos, continuam ainda com testes em animais.

Serão feitos ainda levantamentos sobre o nível de tolerância do medicamento. ;O paciente que é submetido à droga que tem efeito analgésico pode, à medida que vai sendo administrada, ficar tolerante ao medicamento. Então, tem que ser aumentada a dose para que se tenha o efeito desejado. Nós ainda vamos fazer esses estudos;, informou a pesquisadora.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação