Bruna Sensêve
postado em 06/07/2012 08:29
A reparação de defeitos ou fraturas em ossos longos, como o fêmur, é feita com a conhecida técnica de transplante de enxerto ósseo autólogo (ABG, em inglês), ou seja, a retirada de uma quantidade de osso do paciente de outro ponto do esqueleto que é implantada na região fraturada. Apesar de ser largamente utilizado pela comunidade médica, o procedimento está associado a problemas técnicos e biológicos. É preciso considerar, por exemplo, que existe uma disponibilidade limitada de osso que pode ser retirado do corpo para o reparo e, normalmente, ela está em locais de difícil acesso. Há ainda a necessidade de duas cirurgias ; para a retirada e a implantação ;, com uma maior exposição a infecções, além da morbidade do local doador do enxerto. A edição desta semana da Science Translational Medicine traz uma promissora técnica desenvolvida por uma equipe de pesquisadores da Alemanha e da Austrália que poderá substituir esse procedimento. Ela foi derivada de estratégias já bem-sucedidas de regeneração de tecidos ósseos em cirurgias oral e maxilofacial.Diferentemente dos ossos faciais, os ossos longos são caracterizados por condições mais complexas, como a alta atividade mecânica e o suporte de peso, que levam a um processo de cicatrização mais demorado. Para se aproximar ao máximo de uma situação análoga à humana, foram usadas, no estudo, 64 ovelhas de idade avançada devido ao reduzido potencial de regeneração e às similaridades com a ossada humana para a remodelação e a formação óssea secundária. Para o experimento, os pesquisadores produziram e estabilizaram defeitos de 3cm na tíbia dos animais, que foram divididos em cinco grupos de acordo com as formas de tratamento (veja infográfico).
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