postado em 06/07/2012 08:30
Um chip com a capacidade de detectar células raras e obter medições quantitativas de células marcadas em uma amostra total de sangue. Essas são as principais propriedades do Detector de micro-Hall (mHD), criado por uma equipe de cientistas da Universidade de Harvard (EUA). Até então, a implementação dessa metodologia para uso clínico é dificultada pela baixa densidade de células, pelo tamanho pequeno de amostras e pela necessidade de purificação da amostra. O detector desenvolvido consegue encontrar células individualmente, sem a necessidade de qualquer lavagem ou processo de purificação. A descoberta está na edição desta semana da revista Science Translational Medicine.
O mHD permite um rastreamento de alto rendimento, cerca de 107 células são processadas por minuto, e já teve seu uso clínico demonstrado. Células tumorais circulantes (CTCs) foram detectadas no sangue de 20 pacientes com câncer ovariano a uma sensibilidade diversas vezes maior que atualmente é possível com os padrões clínicos conhecidos. O único dispositivo aprovado atualmente para esse propósito é conhecido como Cell Search. Em processo comparativo, ele foi capaz de detectar CTCs em 15% das amostras dos mesmos pacientes enquanto o mHD chegou a 96% de resultados, segundo David Issadore, um dos autores do estudo. Um exemplo dessa aplicação seria a identificação de quais células no paciente não responderam ao tratamento quimioterápico, além de monitorar seu comportamento.