Ciência e Saúde

Médico ortopedista alerta para importância da doação de tecido ósseo

postado em 06/07/2012 15:08
A Região Nordeste já conta com um Banco de Ossos. A primeira unidade, localizada em Recife, pertence ao Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira e tem como coordenador o ortopedista Cláudio de Oliveira Marques. Ele é o responsável por captar e preservar para enxerto futuro a cabeça do fêmur descartada de pessoas operadas ou daquelas que já morreram.

;Somos o primeiro banco fora do eixo Sul e Sudeste do Brasil, a ter um Banco de Ossos. Estamos ainda no início e não conseguimos captar tecido ósseo de um doador que já morreu, mas se a gente conseguir captar em dois pacientes apenas a cabeça do fêmur já dá para iniciar [o transplante];, disse o médico em entrevista nesta sexta-feira (6/7)

De acordo com o ortopedista, é preciso fazer um trabalho de convencimento das pessoas sobre esse tipo de doação, no caso de pessoas que já morreram, pois há dois aspectos importantes. Primeiro eles acham que o corpo vai ficar mutilado. ;Isso não acontece a gente reconstitui os ossos com material adequado com pinos especiais para não ter prejuízo na hora de fazer o sepultamento;, explicou. O outro é que nas regiões Norte e Nordeste há uma cultura em que a família guarda as cinzas dos ossos e isso dificulta a doação.



Ele conta que nas duas primeiras chamadas atendidas pelo banco, as famílias doaram os órgãos, mas negaram a fornecer o tecido ósseo. ;Então é preciso superar esse mito em nossa região para que futuramente possamos atender a outros estados;, disse o ortopedista. ;Espero que as pessoas tenham consciência de que outras pessoas precisam de um transplante ósseo e ajudem;, completou.

Segundo ele, muitos pacientes dependem de transplante na parte do quadril. ;Só no meu setor, já temos cadastradas mais de 200 pessoas que estão em cadeira de rodas;, relatou. O banco inicialmente vai atender apenas usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). ;Mas também temos pretensão no futuro atender o setor privado.;

Marques conta ainda que existem outros bancos de ossos em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e no Paraná.

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