postado em 30/07/2012 08:09
; Paloma Oliveto (texto); Anderson Araújo (infografia)
Desenterrar o passado é um trabalho fascinante e, ao mesmo tempo, árduo. A imagem de ;caçadores de fósseis;, retratada em filmes, pode passar a falsa impressão de que paleontólogos são aventureiros que viajam pelo mundo esbarrando em dinossauros e hominídeos. Nada mais falso. É preciso muita informação, técnica, sorte e paciência para trazer à luz uma história escondida por diversas camadas geológicas.
Um profissional pode passar a vida inteira sem achar algo muito significativo ou, em casos raríssimos, como o do primeiro esqueleto de neandertal descoberto, ser ;encontrado; pelo fóssil, completamente por acaso. O mais usual, porém, é seguir um protocolo que começa com a pergunta: ;o que quero encontrar?;. ;Partindo dessa questão, selecionam-se os alvos, os sítios que poderiam apontar evidências fósseis e geológicas para respondê-la;, conta o paleontólogo Juan Carlos Cisneros, pesquisador da Universidade Federal do Piauí, cujo último trabalho publicado descreveu o carnívoro mais antigo da América do Sul, o Pampaphoneus biccai, descoberto no Rio Grande do Sul. A partir daí, é preciso, literalmente, seguir o caminho das pedras.