Ciência e Saúde

Ministro de Israel afirma desejo de cooperação com programas do Brasil

postado em 11/08/2012 09:35
Daniel Hershkowitz, matemático de 59 anos, é membro do Knesset, o Parlamento de Israel, e ministro da Ciência e Tecnologia do país. O pesquisador esteve no Brasil esta semana para ampliar os acordos de cooperação entre os dois países no setor, considerado estratégico por ambas as nações. Em entrevista ao Correio, o ministro israelense assegurou a entrada de Israel no programa Ciência sem Fronteiras, que viabiliza a ida de estudantes brasileiros para universidades do exterior, e explicou por que vê o Brasil como uma das principais novas potências científicas no mundo. ;É um país que está definitivamente desenvolvendo seu potencial;, afirmou.

Ele também enumerou uma série de áreas em que as duas nações podem se tornar parceiras, que vão desde a biotecnologia às ciências da vida, passando pela tecnologia espacial. ;Não queremos compartilhar o conhecimento que cada um de nós desenvolveu separadamente, mas criar mais conhecimento juntos. Queremos colocar equipes dos dois lados para se ajudarem". Nascido em Haifa, no norte do país, filho de sobreviventes do Holocausto, Hershkowitz possui mestrado e doutorado pelo Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), onde é professor desde 1985. Casado com Shimona, diretora de uma escola de ensino médio de educação especial, têm cinco filhos e oito netos. Ele serviu como major das Forças de Defesa de Israel e também é rabino, sendo responsável por 23 sinagogas em sua cidade natal.

Brasil e Israel são dois países geograficamente muito distantes. Como a ciência poderia aproximá-los?
Brasil e Israel são bastante diferentes, não apenas do ponto de vista de localização, mas também no tamanho. O Brasil é um país imenso, com quase 200 milhões de pessoas, enquanto Israel é pequeno e tem apenas 7 milhões de habitantes. O Brasil está ganhando poder em ciência e tecnologia, percebe-se um desejo de promover o crescimento da área. E Israel é uma das maiores potências na área e, provavelmente, o maior exportador mundial de ciência e tecnologia. Então, é natural que Israel, como uma potência em C, e o Brasil, uma potência em crescimento, destinada a ser uma das maiores do mundo, tenham lacunas de interesse comum. É natural que os dois encontrem áreas de cooperação.

Como um país pequeno como Israel se tornou uma potência científica? Que lições o Brasil pode aprender?
Acho que foi o capital humano. A criatividade e a originalidade do pensamento de nossos cientistas. A habilidade de pensar ;fora da caixa; é o que faz a diferença e provoca grandes mudanças. Israel é um país que, infelizmente, tem passado por tragédias e, como consequência disso e dos nossos poucos recursos naturais, nós temos que encontrar atalhos, soluções e alternativas.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação