Agência France-Presse
postado em 01/09/2012 12:18
Berlim - As primeiras desculpas apresentadas pela empresa farmacêutica alemã fabricante da talidomida às milhares de vítimas do medicamento, 50 anos depois dos primeiros casos de malformações, provocaram neste sábado uma onda de consternação nos países afetados por este desastre farmacêutico.
O diretor executivo da Grunenthal, Harald Stock, afirmou em um discurso na sexta-feira que a empresa "sente muito" pelo silêncio a respeito das vítimas da talidomida, um produto que era vendido nos anos 50 e 60 às mulheres grávidas para acalmar as náuseas matinais durante a gravidez. "Pedimos que considerem nosso silêncio como um símbolo do impacto provocado em nós pelo seu destino", disse Harald.
O diretor da Grunenthal, que fez o discurso em uma sala municipal de Stolberg, oeste da Alemanha, inaugurou um memorial em homenagem às vítimas, algumas delas presentes no evento.
A pequena escultura de bronze de uma menina sem braços e com malformações nas pernas simboliza as mais de 10.000 crianças que nasceram com problemas, em certos casos sem alguns membros, depois que suas mães tomaram o medicamento, vendido em quase 50 países antes de ser retirado do mercado em 1961.
[SAIBAMAIS]O discurso do diretor da empresa farmacêutica foi considerado inapropriado pelas associações de defesa das vítimas, registradas principalmente na Alemanha, Grã-Bretanha, Japão, Canadá e Austrália. Freddie Astbury, consultor chefe da associação Thalidomide Agency UK, respondeu que a empresa tem que acompanhar as palavras com indenizações, e não apenas ficar limitada a um pedido de desculpas. "Aprendemos que é importante estabelecer um diálogo aberto com aqueles que foram afetados, conversar com eles, escutá-los", disse Stock, antes de afirmar que a Grunenthal ajudará as vítimas do medicamento.
Na Austrália, advogados de vítimas da talidomida chamaram de "patéticas" e "ofensivas" as desculpas da empresa. Em um comunicado, os advogados da australiana Lynette Rowe, que levou o caso aos tribunais, criticaram as desculpas da Grunenthal. "Suas desculpas são muito leves, tardias e repletas de hipocrisia", afirmaram os advogados de Rowe, que nasceu sem os braços e as pernas.
Os advogados da australiana recordaram que "durante 50 anos, a Grunenthal esteve envolvida em uma estratégia de empresa calculada para resguardar-se de qualquer consequência moral, jurídica e financeira em função da negligência nos anos 1950 e 1960". Segundo eles, "explicar o longo silêncio (da empresa) como uma consequência do impacto provocado não tem sentido algum".
Na Alemanha, a associação de vítimas do "Contergan", nome comercial da talidomida no país, chamou o discurso da Grunenthal de insuficiente. "Expressaram arrependimento, mas não se desculparam por terem colocado no mercado este medicamento, que foi vendido às mulheres grávidas, sem ter realizado previamente testes clínicos", declarou à AFP Ilonka Stebritz.
No Japão, um dos países mais afetados por este desastre, depois da Alemanha e Grã-Bretanha, o discurso da Grunenthal também foi considerado decepcionante. "Pedir desculpas é o mínimo", declarou Tsugumichi Sato, diretor geral da "Sakigake", um centro de ajuda social. "O número de vítimas teria sido menor se a empresa tivesse interrompido a venda do medicamento antes", afirmou Sato.
O diretor executivo da Grunenthal, Harald Stock, afirmou em um discurso na sexta-feira que a empresa "sente muito" pelo silêncio a respeito das vítimas da talidomida, um produto que era vendido nos anos 50 e 60 às mulheres grávidas para acalmar as náuseas matinais durante a gravidez. "Pedimos que considerem nosso silêncio como um símbolo do impacto provocado em nós pelo seu destino", disse Harald.
O diretor da Grunenthal, que fez o discurso em uma sala municipal de Stolberg, oeste da Alemanha, inaugurou um memorial em homenagem às vítimas, algumas delas presentes no evento.
A pequena escultura de bronze de uma menina sem braços e com malformações nas pernas simboliza as mais de 10.000 crianças que nasceram com problemas, em certos casos sem alguns membros, depois que suas mães tomaram o medicamento, vendido em quase 50 países antes de ser retirado do mercado em 1961.
[SAIBAMAIS]O discurso do diretor da empresa farmacêutica foi considerado inapropriado pelas associações de defesa das vítimas, registradas principalmente na Alemanha, Grã-Bretanha, Japão, Canadá e Austrália. Freddie Astbury, consultor chefe da associação Thalidomide Agency UK, respondeu que a empresa tem que acompanhar as palavras com indenizações, e não apenas ficar limitada a um pedido de desculpas. "Aprendemos que é importante estabelecer um diálogo aberto com aqueles que foram afetados, conversar com eles, escutá-los", disse Stock, antes de afirmar que a Grunenthal ajudará as vítimas do medicamento.
Na Austrália, advogados de vítimas da talidomida chamaram de "patéticas" e "ofensivas" as desculpas da empresa. Em um comunicado, os advogados da australiana Lynette Rowe, que levou o caso aos tribunais, criticaram as desculpas da Grunenthal. "Suas desculpas são muito leves, tardias e repletas de hipocrisia", afirmaram os advogados de Rowe, que nasceu sem os braços e as pernas.
Os advogados da australiana recordaram que "durante 50 anos, a Grunenthal esteve envolvida em uma estratégia de empresa calculada para resguardar-se de qualquer consequência moral, jurídica e financeira em função da negligência nos anos 1950 e 1960". Segundo eles, "explicar o longo silêncio (da empresa) como uma consequência do impacto provocado não tem sentido algum".
Na Alemanha, a associação de vítimas do "Contergan", nome comercial da talidomida no país, chamou o discurso da Grunenthal de insuficiente. "Expressaram arrependimento, mas não se desculparam por terem colocado no mercado este medicamento, que foi vendido às mulheres grávidas, sem ter realizado previamente testes clínicos", declarou à AFP Ilonka Stebritz.
No Japão, um dos países mais afetados por este desastre, depois da Alemanha e Grã-Bretanha, o discurso da Grunenthal também foi considerado decepcionante. "Pedir desculpas é o mínimo", declarou Tsugumichi Sato, diretor geral da "Sakigake", um centro de ajuda social. "O número de vítimas teria sido menor se a empresa tivesse interrompido a venda do medicamento antes", afirmou Sato.