Ciência e Saúde

Conheça a talidomida, medicamento que deixou crianças com malformação

Agência France-Presse
postado em 01/09/2012 14:44
Paris - A talidomida, um remédio que era vendido nos anos 1950 e 1960 para amenizar os enjoos nos primeiros meses de gravidez, ganhou fama ao provocar danos irreversíveis no desenvolvimento de milhares de fetos. Analistas calculam que entre 10.000 e 20.000 crianças nasceram com malformações, às vezes sem um ou vários membros, depois de suas mães terem tomado a talidomida.

Apresentado a princípio como um medicamento inócuo, a talidomida era comercializada desde 1956 pela empresa farmacêutica alemã Chemie Grunenthal, em quase 40 países, principalmente na Alemanha e Grã-Bretanha, assim como no Japão e no Canadá. Os Estados Unidos não autorizaram a comercialização do fármaco, enquanto a França o autorizou por poucos meses em 1961.

[SAIBAMAIS]Após a descoberta dos efeitos nocivos no desenvolvimento humano, com um forte aumento do número de bebês que nasceram "amputados" de braços e pernas, a talidomida foi retirada do mercado em 1961 em Alemanha e Grã-Bretanha, mas continuou sendo comercializada no Canadá até agosto de 1962, no Japão até setembro de 1962 e na Bélgica até dezembro do mesmo ano.

Em todo o mundo, a talidomida foi comercializada sob várias marcas (Softenon, Talimol, Contergan, entre outras). Depois do escândalo, os países reforçaram ou adotaram controles prévios para venda de remédios.

Atualmente, a talidomida é utilizada, sob rígidos controles, por suas propriedades originais, em particular para o sistema imunológico. Vários estudos demonstraram sua eficácia no tratamento da hanseníase, do lúpus eritematoso sistêmico e de uma forma de câncer de médula óssea, o mieloma múltiplo. A comercialização foi autorizada no mercado europeu em 2008.

A talidomida também é utilizada no tratamento de doenças inflamatórias, como a doença de Crohn (enfermidade intestinal), e para algumas afecções dermatológicas. Mas pelo alto risco para o feto, o remédio é vetado para as mulheres grávidas.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação