Paloma Oliveto
postado em 05/09/2012 07:59
;Tudo começa com náusea e diarreia, ou só um dos dois; então, quando ela alcança o estômago, se multiplica. O pulso falha, a respiração é atenuada. A face e o nariz ficam finos; a cor da pele do rosto se modifica, e aí surge o semblante da morte. As extremidades do corpo ficam geladas, há espasmos nas mãos, nos pés e nas pernas. E uma sede desesperadora, que não consegue ser satisfeita, já que o paciente imediatamente rejeita o que bebeu.; Foi há mais de mil anos que Razhes, célebre médico do mundo islâmico, fez essa descrição da doença. Naquela época, a cólera já era uma velha conhecida. Desde então, pouca coisa mudou.Ainda sem um remédio específico para enfrentar o Vibrio cholerae, no século 21, o mal, que costumava ser retratado em livros antigos como a clássica figura da morte, continua a apontar sua foice para milhões de pessoas. As principais vítimas estão em países de baixa renda e em desenvolvimento ; no Brasil, desde 2007, não há registros de casos, mas, entre 1991 e 2001, 168.598 pessoas foram afetadas, com 2.035 óbitos. Agora, uma pesquisa da Universidade de Oslo, na Noruega, país que jamais sofreu epidemias de cólera, traz a esperança de que, em breve, medicamentos e imunizações eficazes sejam desenvolvidos.