Ciência e Saúde

Pesquisadores italianos defendem a busca pela cura funcional da Aids

postado em 16/09/2012 12:08

Há pouco mais de dois meses, pesquisadores do Instituto Superior de Saúde (ISS) da Itália anunciaram ter conseguido barrar a multiplicação do vírus HIV em macacos. O mesmo pequeno grupo que luta para conseguir mais financiamento para suas promissoras pesquisas pretende modificar radicalmente a maneira como os estudos de cura da Aids são feitos. Em um artigo na revista Retrovirology, a mais importante do mundo relacionada a estudos sobre retrovírus, como o HIV, o grupo propõe focar as pesquisas na chamada cura funcional, situação em que o organismo, embora mantenha uma pequena parcela de vírus, consegue controlar sozinho, sem a necessidade do consumo constante de medicamentos, o desenvolvimento da doença.

Atualmente, o comitê internacional Rumo a uma cura do HIV, organização global que financia estudos em busca da cura para a doença tenta encontrar uma forma de zerar definitivamente a carga viral. ;Apesar do sucesso de terapias antirretrovirais em manter as pessoas que vivem com HIV/AIDS saudáveis, elas não podem erradicar o vírus do corpo;, explica o italiano Andrea Savarino, do ISS. ;Isso acontece porque o corpo esconde HIV em um estado dormente em algumas células específicas dentro do organismo, o que é chamado de memória T CD4;, completa o especialista. Assim, a maioria dos pesquisadores internacionais busca uma maneira de tirar o vírus dessa latência para que os medicamentos e o próprio sistema de defesa do corpo possam combatê-lo.



Segundo o grupo italiano, embora eliminar completamente o vírus seja uma resposta ideal para barrar o avanço da doença, não existem garantias de que esse objetivo seja atingido tão cedo. Por isso, os pesquisadores sugerem que novas frentes de ataque ao agente infeccioso sejam traçadas. ;A nossa estratégia baseia-se em um composto feito à base de ouro que induz a substituição da memória antiga das células T contendo o vírus por novas;, conta Savarino. ;Esse tipo de célula é responsável pela manutenção de longo prazo da imunidade contra microorganismos invasores. No entanto, na infecção por HIV, essas células se tornam ;exaustas;, precisam de substituição;, completa o pesquisador.

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