Carolina Cotta
postado em 03/10/2012 08:22
Belo horizonte ; Desde o fim do século 19, duas perspectivas disputam o título de abordagem mais adequada para compreender e tratar doenças mentais. Uma delas é biológica: as explicações para as patologias psiquiátricas estariam no funcionamento do sistema nervoso central, e as intervenções psicofarmacológicas seriam o recurso para tratá-las. A outra perspectiva, inaugurada e até hoje fortemente influenciada pela psicanálise de Sigmund Freud, é mentalista: a experiência subjetiva e a psicoterapia seriam mais eficientes. Essas duas visões raramente dialogaram, até que, na visão do psiquiatra Frederico Graeff, a neurociência proporcionou uma visão intermediária entre as duas e trouxe progressos para a compreensão e o tratamento de vários distúrbios. Entusiasta desse equilíbrio entre mente e cérebro, o professor titular da Universidade de São Paulo (USP) aposta no conceito da complementaridade para solucionar tal impasse, como deixou claro durante sua participação no 6; Simpósio Internacional de Neurociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizado na semana passada em Belo Horizonte. Com o conceito, Graeff tenta resolver o desacordo entre as duas modalidades de conhecimento: a objetiva e a subjetiva, a neurociência e a psicanálise.