postado em 08/10/2012 08:22
; Augusto PioBelo Horizonte ; Uma placa desenvolvida em Minas Gerais por dois cirurgiões-dentistas pode ajudar pessoas que sofrem de apneia do sono. O dispositivo, chamado placa lateroprotrusiva (PLP), possibilita o avanço gradual da mandíbula, favorecendo os movimentos de lateralidade, que são desejados para uma melhor adaptação articular e muscular. A síndrome de apneia obstrutiva do sono (Saos) atinge mais de 4% da população mundial. A doença afeta 4% das mulheres adultas, até 9% dos homens adultos e 25% dos idosos, principalmente obesos e maiores de 35 anos, e pode se manifestar em qualquer idade, além de ser multifatorial. Ela ocorre quando a língua e o palato mole (continuação do céu da boca, o palato duro) obstruem a parte de trás da garganta e bloqueiam a passagem do ar, restringindo o fluxo de oxigênio no organismo. Ao cair o nível de oxigênio, o cérebro sai do sono profundo e a pessoa desperta parcial ou totalmente, pois tem falta de ar. Em geral, apenas depois de um forte suspiro o fluxo de ar recomeça. Em seguida, o indivíduo volta a entrar em sono profundo. Esse episódio pode ocorrer várias vezes durante a noite, atrapalhando a qualidade do sono.
Especialista em ortodontia e em prevenção de distúrbios respiratórios por meio da ortopedia funcional dos maxilares, a odontologista Beatriz Gonçalves Peixoto explica que há dois tipos de apneia do sono. ;A central é aquela na qual o cérebro deixa de enviar ordem aos músculos do tórax responsáveis pela respiração. Portanto, não há esforço respiratório nem no tórax nem no abdômen. A obstrutiva é aquela em que, apesar dos movimentos torácicos presentes, a via aérea superior (a faringe) está obstruída, bloqueada. Ela é mais frequente que a apneia central e está, na grande maioria dos casos, associada com ronco alto e contínuo durante o sono.;