Ciência e Saúde

Preservação de florestas e de espécies ameaçadas custaria US$ 76 bilhões

postado em 12/10/2012 10:06

O custo de preservação das espécies varia muito. A previsão para salvar o condor-da-califórnia, por exemplo, é de US$ 10 milhões por ano

Em 2010, reunidos em Nagoya, no Japão, representantes de 200 países assumiram audaciosos compromissos para barrar a extinção em massa de espécies animais e vegetais. O plano, conforme ficou acertado, deveria ser concluído até 2020. Passados dois anos, no entanto, uma questão crucial para o sucesso da estratégia de preservação permanece sem resposta: quem vai pagar a conta?

Estudo realizado por um grupo internacional e divulgado na edição de hoje da revista Science calcula que a ampliação e a manutenção das áreas de proteção ambiental e a adoção de políticas de preservação das espécies ameaçadas exigem um investimento de US$ 76 bilhões (cerca de R$ 152 bilhões) por ano. Para chegar a essa cifra, o grupo de pesquisadores, liderados pela organização Bird Life International, tomou como base os investimentos necessários para a preservação e manutenção das aves, grupo animal com mais informações disponíveis em todo o mundo. O que preocupa, alertam os especialistas, é que, até agora, apenas 12% desse valor está assegurado, com investimentos na ordem de US$ 4 bilhões.

;A conservação da natureza é ainda muito mal financiada em geral;, explica o diretor de Ciência, Política e Informação da Bird Life, Leon Bennun, que, apesar da constatação, mantém uma ponta de otimismo. ;As pessoas que trabalham na conservação tendem a utilizar o dinheiro de forma muito eficiente. É evidente, portanto, que onde o compromisso é compensado com recursos suficientes, a conservação é bem-sucedida: as espécies ameaçadas podem ser salvas;, completa.

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