Bruna Sensêve
postado em 12/10/2012 10:21
É conhecido pela comunidade médica que seres humanos com Aids tendem a sofrer com danos gastrointestinais. Esse processo contribui para a ativação do sistema imune, sua consequente deficiência e, por último, o avanço da doença. O mesmo ocorre com macacos infectados pelo vírus da imunodeficiência símia (SIV), equivalente ao HIV. Mas a relação entre os micro-organismos e o avanço da imunodeficiência ainda precisa ser mais bem entendida pelos cientistas. Em busca dessas respostas, pesquisadores das escolas de medicina das Universidades de Harvard e de Washington acabam de descrever geneticamente os micro-organismos encontrados na flora intestinal de macacos infectados. Na análise, encontram muitos que sequer são descritos na literatura e com potencial para infectar o organismo e manifestar a doença.;Nós descobrimos que o trato gastrointestinal dos animais com Aids continha um grande número de vírus anteriormente não descritos, incluindo potenciais agentes patogênicos. Ao mesmo tempo, não vimos quaisquer mudanças óbvias nas bactérias. Isso significa que os vírus anteriormente não reconhecidos podem contribuir para a progressão da Aids em macacos;, explica Dan Barouch, coautor do estudo e pesquisador da Escola de Medicina de Harvard e do Centro Médico Beth Israel Deaconess, em Boston.
Segundo Vivian Avelino-Silva , médica infectologista do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Investigação em Imunologia e do Departamento de Moléstias Infeciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o intestino é um importante órgão imunológico. Cada alimento ingerido possui elementos que devem ser reconhecidos e processados antes de serem absorvidos. A resposta do intestino não deve ser exagerada nem insuficiente. Assim, é possível controlar ao mesmo tempo quais nutrientes entram e quais micro-organismos ou toxinas devem permanecer fora do corpo.