Marcela Ulhoa
postado em 23/10/2012 09:36
Todos os dias, pessoas espalhadas pelo mundo precisam fazer escolhas entre alternativas sobre as quais não possuem nenhuma informação. Na ausência da marca preferida de sabão em pó na prateleira do supermercado, que produto levar? Ou, então, de qual de dois desconhecidos se aproximar e pedir uma informação? Curiosamente, mesmo diante de situações novas e incertas como essas, o ser humano se mostra capaz de decidir rapidamente e de forma razoavelmente segura. Interessado em entender como se dá esse processo de escolha, um grupo de pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova York, realizou um experimento cujas conclusões indicam que essas opções não são aleatórias, mas sim frutos de um intrincado conjunto de associações que normalmente passa desapercebido para a grande maioria dos indivíduos.Segundo o estudo, publicado na mais recente edição da revista Science, uma opção que não é valorizada pode se tornar mais atraente se for associada a uma outra que represente algo positivo para a pessoa. Por trás das escolhas, há uma teia de memórias que, relacionadas, faz com que uma das possibilidades apresentadas pareça a melhor. ;Nós investigamos os mecanismos pelos quais os circuitos neurais para a memória modulam o valor de uma recordação antiga e orientam as decisões sobre as opções de novas escolhas. Nossa hipótese central foi a de que o hipocampo permite que o valor positivo de recompensa se espalhe pelas memórias associadas, aumentando assim o valor de itens que nunca foram recompensados;, explica Daphna Shohamy, autora do artigo.