Paris - Pesquisadores britânicos anunciaram neste domingo a criação de um teste sanguíneo "muito simples, mas também muito sensível e barato, que utiliza nanopartículas de ouro para detectar doenças e infecções, como o câncer e o vírus da Aids".
O método, desenvolvido por pesquisadores do Imperial College de Londres e publicado neste domingo na revista Nature Nanotechnology, utiliza uma nova técnica para detectar moléculas de p24, um marcador do HIV, ou o Antígeno Prostático Específico (PSA), o que permite diagnosticar um câncer de próstata.
O soro do sangue do paciente é colocado em uma base de plástico na qual estão depositadas ínfimas partículas de ouro e "se o resultado for positivo para o p24 ou o PSA, ocorre uma reação que gera (...) uma cor azul na solução", destacam os pesquisadores.
"Se os resultados são negativos, as nanopartículas se separam em formas similares a bolas, criando uma cor avermelhada, e ambas reações são observadas facilmente".
Segundo a equipe britânica, o sistema é dez vezes mais sensível que os habituais métodos para detectar o p24 e o PSA. Desta maneira, permite verificar níveis mínimos de p24 em pacientes com ligeiras cargas virais que outros testes não revelam.
Mas a nova técnica não é capaz de especificar com precisão a concentração de marcadores de câncer ou HIV. "É um teste de ;sim; ou ;não;", disse Stevens. "Não revela quantos biomarcadores há no sangue, apenas se estão presentes".
Uma das autoras do estudo, Molly Stevens, destacou à AFP que serão necessárias experiências com mais voluntários para confirmar a confiabilidade do novo teste.