postado em 13/11/2012 09:18
"Demorei cinco anos para amadurecer minha dor, aceitar que meu filho morreu e que a vida continua", conta a estudante Isabelle Amsterdam, 32 anos, sobre a morte do bebê de 4 meses por complicações decorrentes da broncoaspiração de líquidos. Ela ficou de cama, sofreu, revoltou-se. Vencido o luto, considera-se uma pessoa mais experiente e consciente, embora a saudade ainda esteja presente no dia a dia. "Amadureci, sou adulta e hoje só dou valor ao que importa. Sou a Isa que precisa e quer continuar", afirma.De acordo com especialistas, a transformação vivida por Isabelle é comum entre as pessoas que perdem alguém muito próximo. Pensamentos, positivos e negativos, e um turbilhão de emoções acabam interferindo em todos os aspectos da vida de quem fica. "Comumente, as pessoas também têm abaladas a sensação de segurança, as crenças mais íntimas", descreve Adriana Thomaz, médica de cuidados paliativos. Segundo a também terapeuta do luto, nessa etapa da vida, não há uma única fonte de sofrimento. "Isso traz, muitas vezes, sentimentos como medo, angústia, raiva e tristeza", destaca.
Sinal de alerta
Segundo a psicóloga Débora Trindade Lanna, é de extrema importância passar pelo processo de luto para que sejam restabelecidos o equilíbrio físico e emocional. Mas as formas de vivenciar o momento são distintas. "Para alguns, o trabalho se inicia logo após a perda; para outros, é uma experiência que a pessoa prefere protelar", ressalta. "Quem decide é a própria pessoa. Não se pode iniciar um trabalho de terapia de luto enquanto ela não aceitar que a perda ocorreu."