Ciência e Saúde

Conferência da ONU sobre clima inicia com presença de mais de 190 países

Agência France-Presse
postado em 26/11/2012 10:29
Vice-primeiro-ministro do Qatar e presidente da 18ª Conferência Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP18), Abdullah bin Hamad Al-Attiyah, discursa na sessão de abertura: a capital do país, Doha, sedia o evento de hoje até o próximo dia 7
Doha - Mais de 190 países se reuniram nesta segunda-feira (26/11), em Doha, na grande conferência anual sobre a mudança climática que deverá decidir o futuro do Protocolo de Kyoto e esboçar as bases de um grande acordo previsto para 2015, no qual devem participar todos os grandes países poluidores do planeta.

A concentração sem precedentes de gases com efeito estufa (GEI) na atmosfera e o risco de um aquecimento de 4; C até 2060 ocasionaram apelos de alerta às vésperas da conferência da ONU, organizada pelo Qatar, campeão mundial das emissões de GEI por habitante. "A conferencia de Doha apresenta um desafio único: olhar para o presente e o futuro", declarou a chefe da ONU para o Clima, Christiana Figueres, em seu discurso de abertura.

"O presente são os meios de aumentar o nível de ambição de forma urgente", ou seja, que os países assumam compromissos mais fortes em termos de redução de GEI, explicou. No momento, as iniciativas adotadas pelos diversos países para reduzir seus GEI estão longe de permitir conter o aquecimento a mais 2; C, o objetivo da comunidade internacional e limite além do qual o sistema climático poderá disparar com efeitos incontroláveis.

[SAIBAMAIS]"O futuro é marco que se imporá a todos, com igualdade e em conformidade com o que requer a ciência ", acrescentou. Figueres se referia ao acordo mundial, previsto para 2015 e que deve entrar em vigor em 2020, comprometendo todos os países, incluindo a China, o maior poluidor do mundo, e repartindo entre eles os esforços para limitar o aquecimento.



Em Doha, serão esboçadas as bases desse acordo. "Trata-se de uma conferência de uma importância vital", declarou, por sua parte, seu presidente, o vice-primeiro-ministro do Qatar, Abdullah Al Atiya. "Devemos trabalhar seriamente durante as próximas duas semanas (...), mostrar flexibilidade e não perder tempo com questões paralelas (...) para conseguir um acordo sobre o ato II do Protocolo de Kyoto", acrescentou.

100 bilhões de dólares


A assinatura de um segundo período de compromisso de Kyoto, depois da expiração do primeiro, no final de 2012, é um dos grandes temas, embora tenha um alcance apenas simbólico. Seu princípio foi decidido em Durban (África do Sul), no final de 2011. Em Doha, os países deverão ficar de acordo sobre a duração de Kyoto 2 e seus objetivos de redução dos GEI.

Mas Kyoto 2 poderá ficar limitado a 15% das emissões de GEI mundiais ; as da União Europeia e da Austrália -, já que Canadá, Rússia e Japão não querem participar e os Estados Unidos jamais ratificaram o tratado. A questão da ajuda aos países mais vulneráveis também ocupará uma parte dos debates.

Em Copenhague, no final de 2009, a comunidade internacional decidiu desbloquear 100 bilhões de dólares por ano até 2020, administrados por um Fundo Verde, assim como uma ajuda urgente de 30 bilhões de dólares entre 2010 e 2012. "Dentro de um mês, a ajuda de emergência terminará e o Fundo Verde continua vazio ", lamentou-se a organização governamental Oxfam. A conferência prossegue até 7 de dezembro. Em 4 de dezembro, os negociadores contarão com a participação de mais de 100 ministros para concluir um acordo, em uma nova etapa do trabalhoso processo de negociações lançado em 1995.

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