Marcela Ulhoa
postado em 30/11/2012 10:12
Uma das mais preocupantes consequências do aquecimento global é a diminuição de massa dos mantos gelados da Groenlândia e da Antártida, respectivamente nos extremos norte e sul do planeta. Ocasionada por derretimento ou formação de icebergs, a perda do gelo continental se traduz diretamente em um aumento no nível do mar, um processo de impacto profundo para as áreas costeiras de todo o mundo. Se o fato é inquestionável, mensurar essas transformações ao longo dos anos é uma tarefa complicada. Até então, havia uma enorme discrepância nos resultados obtidos dependendo da técnica utilizada para a medição. Ou seja, cada grupo de pesquisa poderia encontrar resultados muito distintos da variação de massa dos mantos nos últimos 20 anos, período em que se começou a fazer esse controle de forma sistemática. Um estudo publicado na edição de hoje da revista Science traz, segundo seus autores, a avaliação mais precisa já realizada até agora e avisa: o derretimento e a elevação das águas estão mais acelerados do que se imaginava.Combinando os dados de 10 diferentes missões de satélites, pesquisadores de uma equipe internacional realizaram um estudo de revisão das estimativas feitas até hoje e, a partir de um refinamento metodológico, mostraram que o derretimento dos mantos de gelo da Antártida e da Groenlândia contribuiu para o aumento de 11,1mm do nível do mar desde 1992. O número equivale a um quinto de toda a elevação dos oceanos durante o período pesquisado, de 1992 a 2011. De acordo com os dados gerados pelo estudo, a perda observada na Groenlândia é duas vezes maior que a medida no Polo Sul. O alerta surge no momento em que representantes de 194 países buscam, no Catar, diminuir a influência do homem sobre o aquecimento global, durante a 18; Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas.