O panda gigante é um dos animais mais ameaçados de extinção no mundo. Restam apenas 2 mil desses mamíferos espalhados por seis montanhas no sudoeste da China. Após 10 anos trabalhando para a conservação e o estudo da genética populacional de uma das espécies mais queridas da humanidade, um grupo de pesquisadores do Instituto de Zoologia da Academia de Ciência da China divulgou o sequenciamento completo do genoma de 34 pandas gigantes. O trabalho possibilitou a reconstrução da história desses animais desde a origem, há 8 milhões de anos, e sugere que, enquanto as mudanças climáticas globais foram as primeiras responsáveis pela flutuação populacional desses animais, as ações humanas serviram como motor propulsor para a recente separação de alguns grupos e para o sério declínio da espécie. O estudo foi publicado na revista científica Nature Genetics.
;Os pandas passaram por duas expansões populacionais, dois estrangulamentos e duas divergências desde sua origem até o presente. As espécies atuais sobreviveram à era do gelo e sua flutuação demográfica foi dominada pela oscilação do clima global, entretanto, a atual situação de perigo é causada principalmente pela recente perturbação humana;, alerta Fuwen Wei, autor principal do estudo. Wei explica que há uma série de evidências que mostram os efeitos maléficos do aumento da população humana (e a consequente demanda por recursos) na rotina dos pandas gigantes. ;A explosão demográfica humana causou o desmatamento, a fragmentação do hábitat natural e limitou o fluxo gênico entre os pandas. Com isso, houve uma diminuição na população da espécie;, detalha.