Ciência e Saúde

Política do filho único na China faz surgir geração mais pessimista

Paloma Oliveto
postado em 11/01/2013 07:00
Mulher caminha com bebê em rua de Pequim: governo anuncia que planeja mudar aos poucos a política e passar a permitir dois filhos por casal

Eles são os ;pequenos imperadores;. Frutos da política do filho único adotada na China em 1979, cresceram como o centro da atenção de suas famílias, sendo chamados de ;geração mimada; ou ;geração perdida; pelos críticos. Os impactos negativos dessa medida de contenção populacional sobre o comportamento dos jovens adultos chineses foram confirmados por um estudo publicado na edição de hoje da revista Science. Pesquisadores da Universidade Monash em Clayton, na Austrália, constataram que, de fato, eles são mais egoístas, pessimistas e menos dispostos a confiar nos outros do que os indivíduos nascidos antes de o Partido Comunista proibir os casais das áreas urbanas de terem mais de um filho.

A pesquisa foi conduzida em Pequim, onde a política é extremamente rigorosa, e contou com a participação de 421 chineses nascidos em 1975, 1978, 1980 e 1983. Enquanto apenas 27% dos voluntários do primeiro grupo eram filhos únicos, o percentual subiu para 90,7% entre os que nasceram em 1983. Os cientistas aplicaram testes econômicos que avaliaram questões como altruísmo, competitividade, sensibilidade e disposição para se envolver em situações arriscadas, além de questionários sobre a personalidade dos entrevistados.

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