Agência France-Presse
postado em 16/01/2013 18:57
Washington - A fuligem é o segundo fator humano causador do aquecimento global, depois do dióxido de carbono, e seu impacto nas mudanças climáticas tinha sido profundamente subestimado, revelou um novo estudo.No relatório publicado na terça-feira (15/1) no ;Journal of Geophysical Research: Atmospheres;, os pesquisadores admitem que as as incertezas sobre o impacto da fuligem são "substanciais", o que quer dizer que sua influência pode ser inclusive maior do que se tinha pensado até agora.
A nova estimativa do impacto ambiental da fuligem, que está baseada em novos modelos de computação, é o dobro do calculado em 2007 pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, vinculado à ONU.
A fuligem é gerada pela combustão incompleta de petróleo, carvão, madeira ou outros combustíveis. As fontes de emissão vão de motores a diesel até os fogões a lenha.
Para o novo estudo, os cientistas levaram em conta o acúmulo de fuligem na atmosfera e a quantidade de calor do sol absorvido pelas partículas.
A fuligem permanece na atmosfera de sete a dez dias, o que significa que os esforços para reduzir a quantidade de suas emissões podem ter um impacto rápido e dramático no aquecimento global.
Em contraste, limitar o aquecimento reduzindo as emissões de dióxido de carbono é um objetivo a mais longo prazo, se for levado em conta o acúmulo de gás causador de efeito estufa na atmosfera, onde pode permanecer durante décadas.
A incerteza sobre o impacto da fuligem se baseia no fato de que os cientistas não compreendem totalmente como ela interage com as nuvens.
A fuligem é o maior objetivo da Climate and Clean Air Coalition to Reduce Short-Lived Climate Pollutants (Coalizão Clima e Ar Limpo para reduzir os contaminantes de curta duração), uma iniciativa multinacional apoiada por Estados Unidos, Canadá e México, entre outros países.
O estudo sobre a fuligem foi publicado no mesmo dia do anúncio por cientistas americanos de que as temperaturas estiveram acima da média em 2012 pelo 36; ano consecutivo. O ano passado foi o nono ou o décimo mais quente desde que começaram os registros, dependendo da forma como tenham sido feitas as medições.