Ciência e Saúde

Alimentos integrais podem ter mais açúcar e calorias, indica pesquisa

No Brasil, a falta de regras sobre a quantidade mínima de grãos facilita a venda enganosa

Bruna Sensêve
postado em 18/01/2013 11:07
A febre pelos alimentos integrais começou na década de 1970, quando os médicos ingleses Hugh Trowell e Denis Burkitt perceberam que populações africanas que se alimentavam de cereais não processados tinham uma menor incidência de doenças intestinais. Desde então, grãos que não passaram pela refinação industrial são amplamente indicados por nutricionistas e profissionais da saúde. Mas nem todos realmente podem ser considerados mais saudáveis ou até mesmo apresentar os benefícios noticiados no rótulo. É o que indica a pesquisa da Escola de Saúde Pública de Harvard publicada na revista Public Health Nutrition deste mês. O problema, de acordo com os especialistas, se repete no Brasil.



A identificação de um critério unificado para identificar carboidratos de alta qualidade é uma prioridade em saúde pública

A avaliação de 545 produtos derivados de grãos encontrados em duas grandes cadeias de supermercados americanas, uma inclusive com franquia no Brasil, surpreende. Eles identificaram que muitos produtos têm quantidades superiores de açúcar e de calorias que as versões tradicionais. O resultado levou os pesquisadores a declararem no estudo que os padrões atuais de classificação de alimentos como integrais são inconsistentes e, em alguns casos, enganosos. A equipe liderada por Rebecca Mozaffarian, do Departamento de Ciências Sociais e Comportamentais da Escola de Saúde Pública de Harvard, incita a adoção de um padrão consistente, baseado em evidências científicas para a rotulagem de alimentos de grãos integrais.

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