Bruna Sensêve
postado em 22/01/2013 09:42
Presentes em produtos para o cabelo, a pele e até alimentos, os antioxidantes são vistos pelo público como o elixir da juventude. O objetivo é combater os oxidantes, envolvidos no envelhecimento e na morte celular. No entanto, estudos recentes mostram que há situações em que essas duas substâncias invertem os papéis no organismo. Pesquisa publicada na revista Nature Cell Biology deste mês mostra que, diferentemente do imaginado, certos oxidantes são essenciais para a regeneração em anfíbios. Já os antioxidantes exercem papel antagônico, bloqueando esse processo. Os cientistas acreditam que as descobertas deverão ter um grande impacto futuro em pesquisas de regeneração de tecidos e de cicatrização.Para melhor compreender os mecanismos genéticos e moleculares envolvidos na regeneração da cauda de uma espécie de girino, o grupo de pesquisadores realizou um primeiro estudo, publicado anteriormente. Nele, a equipe de cientistas liderada por Enrique Amaya observou a expressão genética durante a regeneração dos animais. O estudo surpreendentemente revelou que um certo número de genes ligados à regeneração está envolvido na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), especialmente de peróxido de hidrogênio, o H2O2. A grande maioria das espécies reativas de oxigênio é conhecida popularmente como oxidantes, sendo o peróxido de hidrogênio um poderoso exemplar dessa classe. Tradicionalmente, o H2O2 e outros tipos de EROs são vistos como nocivos para as células. Com os resultados encontrados nessa primeira pesquisa, no entanto, os cientistas decidiram aprofundar os estudos e examinar mais de perto a produção de EROs e o papel desempenhado por essas substâncias durante a regeneração.