Bruna Sensêve
postado em 03/02/2013 07:05
Ainda em 1957, o psicanalista húngaro Michael Balint atestou: o médico é o melhor remédio. Mais de 50 anos depois, a tese de que a personalidade desse profissional de saúde exerce papel preponderante no trato com a doença, defendida no livro O médico, seu paciente e a doença, ganha pela primeira vez uma confirmação científica. Pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, analisaram a ativação cerebral de médicos no momento em que eles acreditavam tratar pacientes e descobriram que, dentro de um consultório, ambos dividem o sofrimento da doença e o alívio do tratamento.O experimento foi ousado, longo e criativo. Ao total, foram analisados 18 médicos com cerca de 10 anos de prática clínica em nove especialidades. Primeiro, foram identificadas pela aplicação de um dispositivo analgésico falso e por meio de exames de imagem das áreas do cérebro dos voluntários que correspondiam aos estímulos de dor e de alívio. Depois, cada médico foi apresentado a uma paciente, que fingia estar sentido dor, para uma consulta inicial com 20 minutos de duração, em um consultório comum. Em seguida, ambos foram levados à sala de ressonância magnética funcional. O escâner usado no experimento foi especialmente equipado com um controle remoto, que poderia tanto ativar o mesmo dispositivo analgésico falso ou, por meio de um segundo botão, não fornecer qualquer alívio.