Antártida ; Apesar de trabalhar com a intenção de a nova base na Antártida ficar pronta em 2015, o governo brasileiro começou a construir ontem uma estação provisória para abrigar cientistas e militares por até cinco anos. Ao custo de R$ 14 milhões, com tecnologia canadense e capacidade para 65 pessoas, as instalações devem estar concluídas em dois meses, no fim do verão no continente gelado. Com isso, em um primeiro momento, o local receberá apenas integrantes da Marinha. Um grupo de 15 homens passará o inverno, quando as temperaturas caem a até -75;C, isolado na Ilha Rei George, onde fica a antiga base, destruída quase completamente no incêndio ocorrido em 25 de fevereiro de 2012.
A segurança é a maior preocupação dos órgãos envolvidos no Programa Antártico Brasileiro (Proantar). Tanto que a estação provisória é feita de material contra a propagação de fogo. ;Módulos mais sensíveis, como o dos geradores e o da cozinha, terão um sistema que detecta e extingue incêndio, com um sensor de chama que libera CO2, diminuindo a quantidade de oxigênio, o que acaba com o fogo;, explica o capitão-de-mar-e-guerra Ricardo Soares Ferreira, engenheiro eletricista da Marinha. Ele e a capitã-de-corveta e também engenheira eletricista Carla Feijó da Costa chegaram à Antártida na quinta-feira passada para participar da montagem dos chamados Módulos Antárticos Emergenciais (MAEs).
Mais de 30 militares estão envolvidos na supervisão da montagem dos MAEs, realizada por 14 operários contratados pela fabricante canadense. A base provisória terá 29 ambientes, entre dormitórios, salas, banheiros e outros. No entanto, diferentemente da antiga Estação Comandante Ferraz, eles não terão espaço para laboratórios. Desde o incêndio, esses estão concentrados em dois navios da Marinha, o Maximiano e o Ary Rongel. Exclusivos do Proantar, eles recebem até 50 pesquisadores juntos. Em média, cada cientista passa um mês na Antártida. ;Neste verão, recebemos 200 pesquisadores, quando a média, com a estação, era de 150. Essa é um prova de que o Proantar está cada vez mais ativo;, ressalta o almirante Marcos Silva Rodrigues, da Secretaria Interministerial para Recursos do Mar.