postado em 12/02/2013 10:28
Lendo um jornal há 15 anos, Alice* identificou-se de imediato com uma reportagem. O texto falava sobre um grupo de pessoas que se reunia para discutir a compulsão alimentar. ;Eu era obesa e diabética, e lidava com minhas emoções comendo o que via pela frente. Não pensava de maneira nenhuma que aquilo era uma doença. Meu primeiro passo foi a aceitação. Hoje, sei que tinha fome emocional;, conta a mulher, que procurou o grupo receosa e demorou vários encontros para aceitar que era uma comedora compulsiva.Tanto em casos extremos, como o de Alice, quanto em mudanças de hábitos alimentares menos drásticas, reconhecer a influência do equilíbrio emocional no processo pode fazer a diferença. Uma pesquisa conduzida pelo instituto Consumer Reports National Research Center, dos Estados Unidos, indicou o papel das emoções no processo de perda e de manutenção de peso. Dos 1,3 mil psicólogos entrevistados, 43% responderam que a fome emocional é um obstáculo para o emagrecimento. ;Todo mundo que já tentou perder alguns quilos ou manter o peso sabe que fazer isso não é fácil. A boa notícia é que essa pesquisa e a experiência clínica mostram que, além do comportamento (dieta e atividades físicas), abordagens terapêuticas de cunho cognitivo e comportamental relacionadas às emoções ajudam as pessoas nesse processo;, afirma Norman B. Anderson, chefe executivo da American Psychological Association.
A contadora Geralda Monteiro, 34 anos, chegou à Biotipo com a intenção de colocar um balão intragástrico. O médico que realizaria a cirurgia ponderou a importância do tratamento nutricional e psicológico. ;Depois de uma conversa, eu soube que não responderia bem à cirurgia. Meu problema com peso vem de muito tempo. Eu nunca tive um peso considerado normal, sempre foi uma batalha;, conta Geralda. Ela lembra que, antes, comia muito para se sentir mais calma. O acompanhamento com psicóloga, endocrinologista e personal trainer a fez mudar os hábitos. ;Quando você está comendo, se esquece das outras coisas. Dá um prazer. Hoje, vejo que é importante encarar as coisas de frente e não procurar fugas. Agora, só como se o meu organismo pede. Não tenho necessidade de procurar alguma coisa para aliviar a tensão e o estresse. Estou aprendendo a lidar com isso.;