Estado de Minas
postado em 18/02/2013 07:00
; Augusto PioBelo Horizonte ; O Brasil sempre foi considerado um país jovem, com boa parte da população composta por pessoas com idade inferior aos 30 anos. Mas a realidade hoje é outra: o número de idosos (acima de 65 anos) vem crescendo rapidamente e pode chegar a 34 milhões em 2025. Para se ter ideia, em 1990, nessa faixa etária, estavam em torno de 10 milhões de brasileiros, alcançando os 15 milhões em 2000. Com o envelhecimento da população, um mal silencioso também avança: a depressão na terceira idade. A doença é frequente, chegando a comprometer a qualidade de vida. Estima-se que 15% dos idosos apresentem sintomas depressivos e cerca de 2% tenham depressão grave. Esses números são ainda maiores quando se leva em conta apenas os internados em asilos ou hospitais.
A doença é também um fator de risco para processos demenciais, colocando em risco a vida sobretudo daqueles que têm alguma doença degenerativa ou incapacitante, pois há a influência recíproca na evolução clínica do paciente. Para o médico geriatra Antônio Roberto Casarões, à medida que as pesquisas avançam a respeito das depressões, dois aspectos têm ficado cada vez mais em evidência: a neuroquímica cerebral e a herança genética. ;Sabe-se cada vez mais da importância dos neurotransmissores cerebrais, em especial da serotonina, nos quadros depressivos em pacientes de qualquer faixa etária. Nos idosos, parece haver uma tendência maior a uma redução dos níveis de serotonina, aumentando a incidência dos quadros depressivos. Paralelamente, havendo uma tendência familiar para a depressão, a incidência dos quadros depressivos também aumenta, somando-se negativamente às características próprias do envelhecimento;, esclarece o médico.