Nada de repressão. Mas Nicolas, de 2 anos, e Mateus, de 14, filhos de Márcio Araújo, 32, sabem exatamente até onde podem ir. O analista de negócios explica que manter os filhos vigiados constantemente não faz parte da sua forma de criação. Até porque virou pai muito cedo. “Uma das vantagens é que você consegue ver a diferença do modo de agir dos seus pais e fazer diferente com os filhos”, conta. Para o brasiliense, tentar controlar a nova geração de adolescentes é um equívoco. “São jovens que têm informações constantemente. Tentar proibir pode se tornar perigoso. Futuramente, isso poderá fazer com que eles sofram”, acredita.
Os riscos da superproteção foram alvo de um estudo desenvolvido na Universidade de Mary Washington, nos Estados Unidos, que indicou que crianças e adolescentes controlados pelos pais constantemente tendem, quando adultos, a terem problemas com autonomia e, nos casos mais graves, desenvolverem quadros de depressão e de ansiedade. No estudo, foram analisadas as respostas de 297 estudantes americanos de graduação com idade entre 18 a 23 anos. Eles descreveram os comportamentos dos pais, as próprias percepções sobre a relação estabelecida, sobre autonomia, competência e relacionamento.