Marcela Ulhoa
postado em 02/03/2013 06:08
Durante a gravidez, um dos maiores desejos das futuras mamães é gerar um bebê saudável e forte. Para propiciar um crescimento adequado ao feto, a mulher deve se preocupar, principalmente, em manter uma alimentação balanceada e rica em nutrientes. Entre a lista de itens a serem evitados, no entanto, um dos mais difíceis é a cafeína. Presente no café, no chocolate, em chás, nos refrigerantes, nos energéticos e no guaraná, ela é amplamente difundida nas mesas de todo o mundo. Apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter preconizado que 300mg por dia ; cerca de três xícaras pequenas de café ; é uma dose segura para as gestantes, um estudo realizado por pesquisadores do Hospital Universitário de Sahlgrenska, na Suécia, defende que até mesmo essa quantia pode interferir negativamente no peso do bebê e no tempo de gestação da mulher.Publicada na revista científica BMC Medicine, a pesquisa analisou 60 mil gestantes, coletou detalhes do nascimento dos recém-nascidos e chegou à conclusão de que, para cada 100mg de cafeína consumidas por dia, o bebê, ainda dentro da barriga da mãe, pode perder de 21mg a 28mg. ;Com os nutrientes e o oxigênio, a cafeína atravessa livremente a barreira placentária e chega ao embrião em desenvolvimento;, afirma o estudo. Durante o período fetal, entretanto, o ser ainda em formação não possui as enzimas necessárias para a demetilação da cafeína, e a substância acaba retida no líquido amniótico, dificultando a passagem dos nutrientes da mãe para o feto. De acordo com Ana Marily Suriano, neonatologista do Hospital Santa Luzia, por ser um estimulante do sistema nervoso central e acelerar o gasto energético e metabólico, a cafeína estimula a queima de energia do feto, comprometendo o seu crescimento. Entretanto, enquanto os estudos costumam relacionar a ingestão da substância ao parto prematuro, Suriano ressalta que a pesquisa inova ao falar que a cafeína pode ser responsável por prolongar o tempo de gestação.