Belo Horizonte ; O ronco, aquela sinfonia nada afinada que incomoda quem está em volta, é sempre relacionado ao adulto. Mas esse não é um mal que perturba somente gente grande. As crianças também são vítimas, e a diferença está nas causas. O barulho, contudo, é o menor dos problemas. Antes de mais nada, é preciso saber que ronco é sinal de obstrução respiratória ou resistência aumentada da passagem do ar. E será sempre um aviso de que existe algo errado com sua saúde. A ordem é investigar.
Com as crianças, o ronco pode acompanhá-las desde o nascimento. Na primeira fase, até 28 dias de vida, o bebê ronca por infecção, inclusive sinusite, ou rinite do lactente (nada a ver com alérgica). Isso pode atrapalhar a amamentação e acarretar perda de peso. Trata-se de uma situação grave, frequente e que pode prejudicar de maneira definitiva o aleitamento materno, alerta Ricardo Neves Godinho, otorrinopediatra. O tratamento é com soro fisiológico, em spray ou jato contínuo. Se não resolver, a saída é medicação orientada por um médico. O umidificador no quarto é uma medida ambiental.
Numa segunda fase, até os 2 anos, o neném pode sofrer com rinites do lactente, relacionadas a mudanças de temperatura e umidade. Com dias quentes e noites frias, o nariz entope, e eles roncam muito. Essas crianças são até chamadas de ;nariz de porquinho;. Passada essa etapa, quando elas vão para a escola, a creche ou o berçário, o resfriado é frequente, e a obstrução nasal prolongada é acompanhada do ronco noturno.