Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Excesso de sal matou 2,3 milhões em 2010, indica pesquisa norte-americana

A equipe responsável pelo levantamento é a mesma que, na terça-feira passada, associou o consumo de bebidas açucaradas a 183 mil mortes em 2010



[SAIBAMAIS]De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada pessoa deve ingerir no máximo 2g de sódio por dia, quantidade encontrada em 5g de sal. A Associação Americana do Coração (AHA, em inglês) é ainda mais restritiva e recomenda que essa taxa de consumo atinja, no máximo, 1,5g. O autor sênior da pesquisa, Darius Mozaffarian, codiretor do Programa em Epidemiologia Cardiovascular e professor de medicina e epidemiologia na Universidade de Harvard, afirma que a média de consumo mundial é de 4g diárias. A variação entre os países é muito grande. As menores taxas de ingestão estão em países africanos, como Quênia (1,5g por dia), Malauí (1,5g) e Ruanda (1,6g), enquanto o Cazaquistão superou os outros 186 países estudados, com uma ingestão per capita de 6g por dia.

PALAVRA DO ESPECIALISTA

"Cada dia mais se come uma maior quantidade de sal e isso começa ainda quando criança. Crianças são loucas por produtos industrializados, como biscoitos amanteigados e recheados. Nisso, elas consomem uma grande quantidade de sal por dia. Os produtos industrializados têm uma tendência a usar um mais sal como um conservante. O sal é o conservante mais barato que a indústria tem e ela abusa disso em grandes quantidades. Apesar do consumo exagerado ser uma realidade hoje, no nosso pa/;eds existe uma nova legislação tentando diminuir a quantidade de sal nos produtos industrializados. Um programa da Anvisa exige a diminuição da incidência de sódio nos produtos industrializados. Mas não é só a indústria que precisa diminuir, precisamos também de uma adequação da população. Com a vida atribulada que as pessoas têm atualmente, costumam achar mais fácil usar os produtos industrializados, como sopinha pronta, lanches e temperos prontos."

Marcelo Barros, nutricionista do Instituto Nacional de Cardiologia