Roberta Machado
postado em 23/03/2013 11:00
Com 1,5 bilhão de pessoas sem acesso a eletricidade e a escassez iminente de petróleo, o mundo volta os olhos para as plantações como a principal esperança de garantia de energia nas próximas décadas. Antes vista como uma ameaça para a produção de alimentos, a bioenergia conquista um espaço definitivo no Brasil e no mundo, mostrando que é possível diminuir o consumo de combustíveis fósseis e gerar resultados positivos para a indústria agrícola.
O assunto foi amplamente discutido na Semana de Bioenergia, evento que reuniu em Brasília participantes de 28 países e sete órgãos internacionais, e que termina hoje. ;Há vários questionamentos que, por alguns anos, pautaram a agenda internacional, como a dicotomia da produção de biocombustível e de alimentos. Esse é um dos pontos contemplados nas novas experiências, principalmente a brasileira, que é sustentável;, constatou a embaixadora Mariângela Rebuá, diretora do Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores e copresidente da Global Bioenergy Partnership (GBEP).
O Brasil reserva hoje 43,1% de sua matriz energética para as fontes renováveis, e 81,9% dessa fatia é representada pelos recursos hidrelétricos. No entanto, boa parte do restante da força limpa é alavancada pela bioenergia, que há mais de 30 anos é alvo de pesquisas do país. Com 22 bilhões de litros produzidos em 2012, o Brasil atingiu o segundo lugar na produção mundial de etanol, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. São mais de US$ 67 bilhões em economia na compra de combustível fóssil, mas o lucro maior é ambiental: 1 bilhão de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas graças ao uso da fonte energética verde.