Do corpo do paciente, pode vir a cura para a leucemia. É o que indicam pesquisas em andamento nos Estados Unidos. Os pesquisadores reprogramaram células imunes do corpo de adultos e de crianças com leucemia linfoblástica aguda (LLA), uma forma agressiva da doença, e fizeram com que elas passassem a agir no corpo combatendo as estruturas cancerígenas. Os resultados preliminares alimentam a esperança de novos caminhos para o tratamento de um mal que mata quase 6 mil pessoas por ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Fala-se até na possibilidade de a futura intervenção substituir a quimioterapia e o transplante de medula óssea no combate à doença.
Em parceria, pesquisadores do Hospital Infantil da Filadélfia e da Universidade da Pensilvânia constataram a remissão completa da LLA em uma menina de 7 anos após ela ser tratada com as próprias células T. Emily Whitehead foi submetida ao procedimento no ano passado. ;Ela permanece saudável e não tem câncer 11 meses depois de ter recebido linfócitos T geneticamente modificados, que permitiram se concentrar em um objetivo concreto presente nesse tipo de leucemia;, destacou, em um comunicado, a Universidade da Pensilvânia.
A técnica consiste em eliminar do sangue dos doentes os linfócitos T, principais células do sistema imunológico. Eles são, então, modificados geneticamente com a ajuda de um vírus e dotados de um receptor molecular que lhes permite atacar as células cancerígenas. Inseridas no paciente, as novas células, chamadas de CTL019, multiplicaram-se em milhares. No caso da menina Emily, segundo os pesquisadores, as células T modificadas permaneceram nela durante meses.