Ciência e Saúde

Cientistas acompanham 'canto' das baleias para estudar migração

A expedição, formada por cientistas australianos, americanos e britânicos, seguiu de janeiro a março o movimento das baleias nas águas do oceano Antártico analisando em tempo real seus cantos a uma baixa frequência

Agência France-Presse
postado em 27/03/2013 12:41
Sydney - Um grupo de oceanógrafos e zoólogos acompanharam durante três meses o "canto" das baleias azuis do Antártico com a ajuda de novos instrumentos acústicos para estudar sua migração e avaliar a população desta espécie, dizimada por décadas pela caça.

A expedição, formada por cientistas australianos, americanos e britânicos, seguiu de janeiro a março o movimento das baleias nas águas do oceano Antártico analisando em tempo real seus "cantos" a uma baixa frequência. "As ondas sonoras nos levaram às baleias", explicou a cientista australiana Virginia Andrews-Goff.



Este sistema de acompanhamento, que já é utilizado em outras partes do mundo, é um avanço já que possibilita localizar as baleias no oceano. Até o momento, os grupos de baleias eram identificados apenas visualmente, uma tarefa que poderia levar dias ou até semanas. Os cientistas reuniram um total de 626 horas de gravações que incluem 26.545 sons emitidos pelas baleias. Os animais também foram fotografados e agora podem ser identificados via satélite por meio de chips implantados em alguns deles.

"Sabemos poucas coisas sobre a movimentação das baleias azuis do Antártico, na realidade não conhecemos suas rotas migratórias e nem sabemos se são todos os animais que migram", reconheceu Andrews-Goff. Este projeto faz parte de um programa internacional no oceano austral (Southern Ocean non-lethal whale Research Partnership, SORP) no qual trabalham cientistas argentinos, brasileiros, chilenos, franceses, alemães, neozelandeses, noruegueses, sul-africanos, australianos e americanos.

O objetivo do SORP, no marco da Comissão Baleeira Internacional, é a conservação das baleias no Oceano Austral cuja população está desaparecendo como consequência de anos de pesca intensiva. No início do século XX haviam cerca de 250.000 baleias e atualmente restam apenas 10.000, segundo os cientistas.

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