Ciência e Saúde

Pioneiro em alertar sobre aquecimento global, James Hansen deixa a Nasa

Hansen explica que deixa a agência espacial para "poder se dedicar completamente à pesquisa científica, a mobilizar a atenção dos jovens sobre as implicações (do aquecimento global) e a explicar o que a ciência recomenda"

Agência France-Presse
postado em 02/04/2013 17:28
Washington - O climatologista James Hansen, um dos primeiros cientistas a alertar sobre a influência das atividades humanas nas mudanças climáticas, deixa a Nasa depois de 46 anos de carreira, informou nesta terça-feira (2/4) uma de suas colaboradoras.

Hansen, de 72 anos, que chefia o Instituto Goddard de estudos espaciais da Nasa em Nova York, tinha anunciado sua retirada em um correio eletrônico ao jornal The New York Times (NYT) na segunda-feira (1;/4) à tarde.

Em sua mensagem, ele explica que deixa a agência espacial para "poder se dedicar completamente à pesquisa científica, a mobilizar a atenção dos jovens sobre as implicações (do aquecimento global) e a explicar o que a ciência recomenda".

Hansen foi um dos primeiros, em 1988, nos Estados Unidos, a fazer soar o alarme contra o aquecimento global e suas consequências em uma midiática audiência no Congresso, rapidamente tornando-se mal visto perante os céticos do aquecimento global.

Seu envolvimento pessoal no problema lhe rendeu críticas de outros cientistas e tensões com a hierarquia do governo federal, particularmente sob o mandato do presidente George W. Bush, quando foi proibido de falar à imprensa.



Em e-mail ao NYT, o diretor-adjunto do Instituto Goddard, Gavin Schmidt escreve que "James Hansen esteve na vanguarda de quase todos os avanços conceptuais à climatologia em 40 anos".

"O que Jim escreveu há vinte anos dá o tom em todo este campo de pesquisa e suas previsões se concretizaram geralmente, infelizmente para o planeta", acrescentou.

Os 19 anos mais quentes desde 1880, quando começaram os registros da temperatura ocorreram em todos os casos após o primeiro testemunho de James Hansen no Congresso em 1988, segundo o The New York Times.

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