Agência France-Presse
postado em 08/04/2013 19:29
Paris - Os voos de avião vão ficar mais turbulentos porque o aquecimento global desestabiliza as correntes aéreas usadas por aviões comerciais, alertaram climatologistas nesta segunda-feira (8/4) no primeiro estudo realizado para medir o impacto projetado das mudanças climáticas nas viagens aéreas.
Segundo os cientistas, as turbulências atmosféricas já provocam ferimentos em centenas de passageiros todos os anos, alguns fatais, e causaram danos em aeronaves que custam à indústria um valor estimado em US$ 150 milhões.
"As mudanças climáticas não só estão esquentando a superfície da Terra, como também estão mudando os ventos atmosféricos a 10 quilômetros de altitude, onde os aviões voam", afirmou o co-autor do estudo, Paul Williams, do Centro Nacional de Ciência Atmosférica da Universidade de Reading, no sul da Inglaterra. "Isto está deixando a atmosfera mais vulnerável à instabilidade que cria a turbulência de céu limpo", explicou. "Nosso estudo sugere que vamos ver o aviso de ;apertem os cintos; ligado com mais frequência nas próximas décadas", acrescentou.
A turbulência é causada principalmente pelo fluxo de ar vertical: correntes ascendentes descendentes perto de nuvens ou tempestades elétricas.
A turbulência de céu limpo, que não é visível a olho nu e não pode ser detectada por satélite ou radar tradicional, é relacionada a correntes de jato atmosféricas, que têm uma tendência a ganhar força com as mudanças climáticas.
Os autores do estudo usaram simulações de computador da corrente de jato do Atlântico Norte, um forte vento da alta atmosfera impulsionado por diferenças de temperatura resultantes da colisão entre o ar do Ártico e ar tropical.
Essa corrente de jato afeta o corredor de tráfego aéreo entre a Europa e a América do Norte, um dos mais intensos com cerca de 300 voos por dia na direção leste e outros 300 rumo a oeste.
Os cientistas descobriram que a duplicação das concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera com base em níveis pré-industriais, prevista no prazo de 40 anos, tornariam as turbulências entre 10% a 40% mais violentas em altitudes típicas de cruzeiro. "Uma turbulência forte o suficiente para dificultar caminhar e desalojar objetos soltos pode se tornar duas vezes mais comum no espaço aéreo transatlântico em meados deste século", disse Williams. "Assim como tornar os voos mais instáveis e menos confortáveis, ela também pode aumentar o risco de lesões para passageiros e tripulação", especialmente no inverno, quando se acredita que a turbulência de ar limpo no Hemisfério Norte seja mais intensa.
Williams explicou que o CO2 causa um aquecimento não uniforme, que aumenta os ventos da corrente de jato. "Uma corrente de jato mais forte significa que a atmosfera fica menos estável, o que cria mais turbulência", explicou.
Segundo o estudo, publicado na revista Nature Climate Change, os aviões já perdem 1% de seu tempo de voo cruzeiro em fortes turbulências de céu limpo.
Pessoas que viajam com frequência têm reportado um aumento da instabilidade em voo, mas este é o primeiro estudo a realmente medir o impacto das mudanças climáticas nas turbulências, disseram os autores. "As rotas aéreas precisam se tornar mais intrincadas para evitar trechos de turbulência que estão mais fortes e mais frequentes, em que os tempos de viagem serão mais longos e o consumo de combustível e as emissões aumentarão", escreveram. "Em primeiro lugar, a aviação é em parte responsável por mudar o clima", comentou Williams. "É irônico que o clima pareça pronto para se vingar ao criar uma atmosfera mais turbulenta para voar", emendou.
Segundo os cientistas, as turbulências atmosféricas já provocam ferimentos em centenas de passageiros todos os anos, alguns fatais, e causaram danos em aeronaves que custam à indústria um valor estimado em US$ 150 milhões.
"As mudanças climáticas não só estão esquentando a superfície da Terra, como também estão mudando os ventos atmosféricos a 10 quilômetros de altitude, onde os aviões voam", afirmou o co-autor do estudo, Paul Williams, do Centro Nacional de Ciência Atmosférica da Universidade de Reading, no sul da Inglaterra. "Isto está deixando a atmosfera mais vulnerável à instabilidade que cria a turbulência de céu limpo", explicou. "Nosso estudo sugere que vamos ver o aviso de ;apertem os cintos; ligado com mais frequência nas próximas décadas", acrescentou.
A turbulência é causada principalmente pelo fluxo de ar vertical: correntes ascendentes descendentes perto de nuvens ou tempestades elétricas.
A turbulência de céu limpo, que não é visível a olho nu e não pode ser detectada por satélite ou radar tradicional, é relacionada a correntes de jato atmosféricas, que têm uma tendência a ganhar força com as mudanças climáticas.
Os autores do estudo usaram simulações de computador da corrente de jato do Atlântico Norte, um forte vento da alta atmosfera impulsionado por diferenças de temperatura resultantes da colisão entre o ar do Ártico e ar tropical.
Essa corrente de jato afeta o corredor de tráfego aéreo entre a Europa e a América do Norte, um dos mais intensos com cerca de 300 voos por dia na direção leste e outros 300 rumo a oeste.
Os cientistas descobriram que a duplicação das concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera com base em níveis pré-industriais, prevista no prazo de 40 anos, tornariam as turbulências entre 10% a 40% mais violentas em altitudes típicas de cruzeiro. "Uma turbulência forte o suficiente para dificultar caminhar e desalojar objetos soltos pode se tornar duas vezes mais comum no espaço aéreo transatlântico em meados deste século", disse Williams. "Assim como tornar os voos mais instáveis e menos confortáveis, ela também pode aumentar o risco de lesões para passageiros e tripulação", especialmente no inverno, quando se acredita que a turbulência de ar limpo no Hemisfério Norte seja mais intensa.
Williams explicou que o CO2 causa um aquecimento não uniforme, que aumenta os ventos da corrente de jato. "Uma corrente de jato mais forte significa que a atmosfera fica menos estável, o que cria mais turbulência", explicou.
Segundo o estudo, publicado na revista Nature Climate Change, os aviões já perdem 1% de seu tempo de voo cruzeiro em fortes turbulências de céu limpo.
Pessoas que viajam com frequência têm reportado um aumento da instabilidade em voo, mas este é o primeiro estudo a realmente medir o impacto das mudanças climáticas nas turbulências, disseram os autores. "As rotas aéreas precisam se tornar mais intrincadas para evitar trechos de turbulência que estão mais fortes e mais frequentes, em que os tempos de viagem serão mais longos e o consumo de combustível e as emissões aumentarão", escreveram. "Em primeiro lugar, a aviação é em parte responsável por mudar o clima", comentou Williams. "É irônico que o clima pareça pronto para se vingar ao criar uma atmosfera mais turbulenta para voar", emendou.