Ciência e Saúde

Pesquisadores criam técnica que elimina citomegalovírus adormecido

O micro-organismo está presente em 80% da população mundial com mais de 30 anos e, na maioria dos casos, não se manifesta

Bruna Sensêve
postado em 12/04/2013 08:29
O citomegalovírus humano (CMV) pertence à família dos herpesvírus, e, como seus similares, está de forma latente em grande maioria da população mundial adulta. Estima-se que esse percentual atinja entre 60% e 90%. Mais perigosa que doenças como a catapora e o herpes, a citomegalovirose pode levar à morte em pouco tempo quando se manifesta em indivíduos que estão com o sistema imune comprometido, como recém-transplantados, pacientes com Aids ou submetidos a sessões de quimioterapia. A letalidade não é a única preocupação. Os vírus dessa família, uma vez hospedados no organismo, não são mais removidos. Essa latência foi o objeto de pesquisadores liderados por Michael Weekes, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Ao investigarem como o CMV se mantinha presente, mesmo sem manifestação, nas células humanas, eles acreditam ter descoberto uma maneira de, pela primeira vez, erradicá-lo do corpo.



Os experimentos foram detalhados na edição de hoje da revista científica Science. Inicialmente, Weekes e sua equipe utilizaram células humanas cultivadas em laboratório para compreender quais seriam as diferenças moleculares entre as estruturas infectadas pelo CMV e as que não tiveram contato com o micro-organismo. Por meio de técnicas modernas que permitem estudar quantitativamente as proteínas expressas nas células, os pesquisadores perceberam, nas estruturas infectadas, uma baixa quantidade da proteína MRP1. ;Essa proteína fica normalmente na membrana da célula, é o que chamamos de transportadora. Ou seja, ela é uma das responsáveis por retirar substâncias tóxicas invasoras, levando-as para fora do ambiente celular;, esclarece a chefe do Departamento de Virologia do Instituto de Microbiologia Paulo Goes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luciana Jesus da Costa.

O micro-organismo está presente em 80% da população mundial com mais de 30 anos e, na maioria dos casos, não se manifesta

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